Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe deve iniciar no dia 23 de abril e se estender até 1 de junho
O secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis, desmentiu boatos após um áudio que circula no WhatsApp alertar que haverá uma epidemia de gripe no Brasil em 2018. Na gravação, o autor cita um "amigo infectologista da Unicamp" e teria sido feito pelo presidente da Santa Casa de Sorocaba, no interior de São Paulo.
"Neste outono e inverno, vamos ter uma epidemia de inverno. Tenho um amigo infectologia da Unicamp que garantiu que essa gripe vai ser muito forte. O H3N2, uma mutação do vírus, fez estrago nos Estados Unidos e na Europa [...]. Já encaminhei ao prefeito municipal. Não vamos ter leito!", diz a mensagem.
Conforme Gabbardo, este tipo de previsão é extremamente alarmista:
- Em saúde pública, não se pode fazer previsões como esta. É extremamente alarmista, não tem base científica nenhuma. Tem até desinformação, porque o áudio diz que o H3N2 é o vírus mais letal, e é mentira, porque o H1N1 é o mais letal quando há epidemia. Nos Estados Unidos, o H3N2 circulou, sem que a população estivesse imunizada contra a nova mutação do vírus, e por isso houve grande número de casos. No Brasil, com a atualização da vacina, a expectativa é de que haja maior proteção - explica.
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Conforme o secretário, a vacina oferecida nos Estados Unidos era composta pelos vírus Michigan 2015 (H1N1), Hong Kong 2014 (H3N2) e Brisbane 2008 (tipo B). Para a campanha no Brasil em 2018, as doses foram atualizadas já que dois vírus sofreram modificação. A dose será composta de Michigan 2015 (H1N1), Singapura 2016 (H3N2) e Phuket 2013 (tipo B). Ontem, o secretário confirmou que a campanha de vacinação contra a gripe foi adiada no país em uma semana. Leia mais aqui.
CAMPANHA ATRASADA
Por outro lado, o infectologista Thiego Teixeira Cavalheiro, comenta também que quando há um aumento nos casos de gripe nos Estados Unidos - como ocorreu no inverno do Hemisfério Norte - é preciso ficar alerta. Se existe a mudança do vírus nos países norte americanos, existe a possibilidade de ter no Brasil também.
_ A vacina deve vir atualizada e irá imunizar contra três tipos de vírus, H1N1, H3N2 e influenza B. Os vírus são os mesmos do ano passado, mas sofreram modificações genéticas seu no subtipo durante o ano em função da circulação do vírus nos Estados Unidos _ analisou Cavalheiro.
O médico, acredita que adiar a campanha é ruim. Historicamente, o momento ideal para começar a vacinação seria na segunda quinzena de março/ primeira quinzena de abril, isso porque a produção de anticorpos acontece em torno de duas semanas após a vacinação e se adiar muito pode correr o risco que o inverno comece e a população não esteja protegida.
O adiamento no começo da campanha de vacinação pode até preocupar a população, mas o setor de epidemiologia da prefeitura analisa que adiar em uma semana o começo da campanha não terá muito impacto.
_ Essa foi uma decisão do Ministério da Saúde, para nós não foi informado o motivo. Agora vamos organizar estratégias para mobilizar as pessoas a procurarem o serviço no início. É claro que quanto antes começar a campanha, melhor, porque a vacina faz efeito depois de 10 ou 15 dias _ comentou Márcio Difante que é enfermeiro do município.
Ainda conforme ele, no ano passado a campanha começou tarde e a adesão foi baixa em função do inverno que não foi tão rigoroso.